Por onde passava deixava sua marca.


Por onde passava deixava sua marca.
Era apenas um menino, pra lá de sonhador.
Desde pequeno despertou um amor muito grande pela vida.
Encantador, o menino vivia sorrindo até quando não devia.
Tirava sorrisos até de quem não queria.
Vivia em seu mundo, voando...
Como um pássaro.
Calmo e agitado.
Na expectativa e na ansiedade de como ia ser sua vida.
Um belo dia, o menino viajou com sua família pra um hotel chamado Vilarejo e Acalanto em conservatória, estado do Rio de Janeiro.
Viajou com sua família e mais uma família amiga, onde existiam mais 2 personagens que aqui irei chamá-los de Rafael e Simoni, seus amigos.
Na cidade da seresta, serenata e solarata, como assim é reconhecida. É a cidade da vida, do amor e da paixão, uma cidade linda, mágica, onde acredito ser um dos únicos lugares que realmente existem milagres.
Era noite de sábado de janeiro de 1994, seus pais resolveram fazer um passeio em Valença, onde existiam as verdadeiras serestas e serenatas da vida.
Ao descer a rua, resolveram entrar em um bar, onde existia um senhor sentado ao fundo com um violão e uma outra mesa, logo no início, com um casal e uma menina. O senhor tocava aquela música com tanta vontade que parecia clamar por alguém, de repente um amor perdido.
 Iniciava então, a noite, com uma lua cheia linda e com as estrelas saltando de tanta emoção.
Ao entrar no bar, ele percebeu logo aquela menina, loira, olhos verdes, aflita, linda, olhando fixamente pra ele.
Mas imaginou que a menina fosse mais nova e brincou com o Rafa, dizendo que ela era pra ele, já que era tão nova. Nova, olha só, ele tinha apenas 10 anos de idade...
Não demorou muito e chamaram logo ela pra brincar, de pique esconde, na praça, frente ao bar, nessa praça tinha uma árvore e um jardim bem grande, dava pra brincar a vontade.
Começaram a brincar. Ah, já estava me esquecendo, o nome dela, Ana Carolina.
Brincaram, brincaram e brincaram, já não tinham mais nada pra fazer, foram ficando cansados e só os restava conversar, perguntou a idade dela, 10 anos. Olha só, a minha idade! Gostei! (pensou ele).
Lembrou que ela contou de sua mãe, que estava ali sentada no bar com seu padrasto e que ela estava muito aflita e triste porque estava se sentindo muito presa, e por causa dele, sua mãe não deixava ela fazer nada.
Milagre ou não ele acabou se encantando pela menina. Após alguns minutos conversando, aquelas brincadeiras de criança já não tinham mais graça pra ele e mesmo sendo criança pediu pra sua amiga Simoni conversar com ela e lhe contar que gostaria de sair com ela.
Ficou ansioso, aflito, foi pra trás da árvore, ela falou pra Simoni que ia, mas que tinha que ser rápido pois se seu padrasto visse ia tomar uma grande surra.
Esperou alguns minutos e logo ela apareceu, linda, ficaram se olhando um tempo sem falar uma palavra sequer e logo começaram a se beijar sem parar, não conseguiram mais parar, a única coisa que faziam era ficar olhando um nos olhos do outro e continuar a beijar.
Logo sua mãe lhe deu um grito e ela foi correndo falar com ela.
Simoni e o Rafa foram falar com ele atrás da árvore e ficaram perguntando como tinha sido, o que ele tinha sentindo, se tinha gostado, curiosidade de criança.
Ele não soube responder, ficou com uma cara de babaca e não teve palavras pra explicar, nessa hora percebeu que tinha uma senhora que presenciou todo o momento mágico que ali acontecera, enquanto conversavam, o menino pediu uma caneta e um papel pra anotar o telefone da menina para seus amigos, foi ai então, que ouviu uma voz que era da senhora, pedindo licença por se intrometer, mas ela tinha uma caneta, só não tinha era um papel, seus olhos brilharam de tanta felicidade.
Ela voltou, seus amigos voltaram pra dentro do bar e ele pediu seu telefone, anotou, lembrara até hoje o telefone dela, 325-0118, Ana Carolina, anotou em sua mão, ela disse que seus pais já estavam indo embora e os do menino também tinham que ir, pois o ônibus que viera buscar eles já estava lá em cima na rua, buzinando.
Se despediram, deu o último beijo nela, quase que sentia seu coração sair pela boca de tanto bater. Fez um pedido, se podia o acompanhar e subir a rua com ele pra ficar mais um pouquinho com ela, queria muito senti-la nem que fosse por mais alguns minutos, mas disse que se fosse, sua mãe ia bater muito nela depois.
Bem, seus pais já iam saindo do bar e o chamaram, foi até eles e começaram a subir a rua, bem devagar, não conseguiu conter, as lágrimas rolavam, sem parar, foi ai que escutou um barulho, era ela, que chamara seu nome, Rodrigo! Veio correndo, deu a mão a ele, se olharam, sua família e seus amigos sorriram e a fiz uma pergunta:_E sua mãe, seu padrasto e se eles te baterem, o que você vai fazer? Ela respondeu:_Não importa. E continuaram subindo, lembra que foi o último a subir no ônibus, quando não dava mais, saiu correndo, subiu no ônibus e foi correndo pelo corredor direto pra última janela, precisava continuar olhando ela enquanto o ônibus partia, foi ai que percebeu que estava completamente apaixonado pela primeira vez em sua vida. Depois disso, lembra que chegou no hotel chorando, adormeceu e acordou dando um pulo da cama, seus primeiros pensamentos foram:_Esqueci de anotar o telefone dela! Mas a sorte foi que ainda lembrara de cabeça, 325-0118, pegou um papel e anotou.
Chegando ao Rio começaram a se falar pelo telefone e continuaram mantendo contato até seus 14, 15 anos de idade, mesmo sem se ver, pois naquela época, não podiam sair sozinhos de casa, Barra e Bonsucesso era muito distante e ainda não existia linha amarela.
Pois é...Esse foi seu primeiro beijo, de língua, aos 10 anos de idade. Foi uma paixão linda que iniciou ali e continuou até alguns anos mais tarde, até que ficou um tempo sem ligar pra ela e quando ligou, atendeu um cara, dizendo que era o novo dono daquele apartamento na Barra. Nunca mais ouviu falar dela.

Rio, 30/11/2010 – 00:05hs

Rodrigo  Bastos.

Um pássaro



As coisas deveriam ser do jeito que a gente deseja.
Encontros.
Desencontros.
Momentos maravilhosos.
Outros nem tanto.
O mundo cai, desaba em pranto.
De onde estou, escuto as ondas do mar.
Olhos pela janela, de repente um pássaro voa.
Caminho e respiro, bem fundo.
Fico ali por um tempo,
parece que o mundo pára.
A natureza é realmente maravilhosa, jamais
Imaginei ver um pássaro desses voar...
Voar...

Rio, 08/11/2010 – 20:42

Rodrigo Bastos.