Os Olhos da Índia

 


Palavras, só palavras...
Onde estão, aquelas pessoas que dizem que lutam e tem fé, mas nunca correram atrás e foram em busca de seus verdadeiros sonhos?

Onde estão, aqueles seres humanos que dizem tanto querer a mudança no mundo, se nem ao menos transformam a si mesmos, nem mudam o outro?

Onde estão, aquelas pessoas que dizem ter evoluído espiritualmente, mas vejo em seus olhos a inveja e vivem falando mal do outro?

Onde estão, aqueles homens que se dizem caridosos, mas durante seu dia, sentam em uma simples padaria e ao menos conseguem pagar algo para aquele ser faminto, que implora comida, ao passar por seu lado?

Onde estão, aquelas pessoas que dizem não perder mais tempo na vida, mas todo final de semana saem com “amigos” para beber e gastar seu dinheiro a vontade?

Onde estão, aquelas mulheres inteligentes, que se dizem auto suficientes, verdadeiras, mas na verdade te enganam e acham, que você não sabe?

Onde estão, aquelas pessoas que dizem ser seus amigos, que na hora que precisam, choram e imploram sua ajuda, mas quando você precisa, eles não estão lá?

Onde está, o respeito daqueles que dizem ser seus pais e mães, choram às vezes quando te encontram com saudade, mas por muitos meses e muitos anos, eles simplesmente nem se quer te ligam?

Onde estão, aquelas pessoas que se dizem “amar” a natureza, mas todo santo dia, jogam alguma coisa no chão e nunca na vida fizeram algo tão simples como organizar seu lixo para reciclar?

Onde estão, aquelas pessoas que se dizem altamente equilibradas, maduras, centradas, pais de família, mas na verdade, com aqueles que estão ao seu lado, demonstram tamanha impulsividade e descontrole?

Onde estão, aquelas pessoas que se dizem religiosas, que vão a igrejas, centros e lugares sagrados, toda santa semana, mas nunca perdoam ou voltam a falar com alguém que um dia falaram ou fizeram o mal?

E onde estão, aqueles que te olham nos olhos e dizem, que você pode confiar, mas te apunhalam pelas costas achando que você não está percebendo?

É... palavras, só, palavras...

Rodrigo Bastos.

São Paulo, 23/05/2012 – 23:38hs

As idas e vindas da maré

 
(pintado todo ele com os dedos da mão)

O Ciclo da Vida

Como é interessante essa vida, tudo perfeito, nos mínimos detalhes, e quanto mais compreendemos a vida, mais compreendemos a vontade de Deus.
Antes de nascermos, esperamos em gestação entre 7 e 9 meses dentro da barriga da nossa mãe. Nossa família nos espera, ansiosos.

Nascemos e festas são feitas em nosso nome.

Crescemos...

Mas é quando criança, que estamos mais abertos a grandes aprendizados, e é nessa idade, que é modificada e transformada todas as mazelas ainda deixadas da outra vida. Nos tornamos então, adolescentes. Agora temos vontades, meio rebeldes, querendo começar a ditar as nossas próprias regras.

O tempo vai passando e essa vontade vai aumentando, mais e mais, muito mais...

E finalmente, nos tornamos adultos, donos do nosso próprio nariz, já não somos mais aquela criança onde fazíamos todas as vontades dos outros. Agora, temos vontades, sonhos e desejos, e só uma pessoa pode decidir, qual direção seguir.
Nessa etapa, vivemos como loucos querendo ganhar a vida, realizando muitos sonhos como se fôssemos donos do mundo, nos deliciando e descobrindo quantas coisas maravilhosas ainda podemos viver.

O tempo passa...

Já não temos mais aquela energia toda de quando éramos jovens, nossa força diminuiu, olhamos no espelho e ficamos ali parados, durante horas, até conseguirmos finalmente encontrar alguma semelhança de quando éramos jovens. O ego e a vaidade se foram...

Nos sentimos estranhos e como crianças, agora precisamos de ajuda. Nosso corpo, já não é mais o mesmo. Precisamos de ajuda, até para levantar.

90 anos se passaram...
Você deita, e dorme.

Quando acorda, está meio confuso. Sua família o espera, ansiosos. Até finalmente ter a consciência plena.
E festas, serem feitas em seu nome.

Esse, é o ciclo da vida, que querendo ou não, todos nós iremos seguir...

Rodrigo Bastos.

São Paulo, 05 de fevereiro de 2012 – 23:32hs