Os Olhos da Índia

 


Palavras, só palavras...
Onde estão, aquelas pessoas que dizem que lutam e tem fé, mas nunca correram atrás e foram em busca de seus verdadeiros sonhos?

Onde estão, aqueles seres humanos que dizem tanto querer a mudança no mundo, se nem ao menos transformam a si mesmos, nem mudam o outro?

Onde estão, aquelas pessoas que dizem ter evoluído espiritualmente, mas vejo em seus olhos a inveja e vivem falando mal do outro?

Onde estão, aqueles homens que se dizem caridosos, mas durante seu dia, sentam em uma simples padaria e ao menos conseguem pagar algo para aquele ser faminto, que implora comida, ao passar por seu lado?

Onde estão, aquelas pessoas que dizem não perder mais tempo na vida, mas todo final de semana saem com “amigos” para beber e gastar seu dinheiro a vontade?

Onde estão, aquelas mulheres inteligentes, que se dizem auto suficientes, verdadeiras, mas na verdade te enganam e acham, que você não sabe?

Onde estão, aquelas pessoas que dizem ser seus amigos, que na hora que precisam, choram e imploram sua ajuda, mas quando você precisa, eles não estão lá?

Onde está, o respeito daqueles que dizem ser seus pais e mães, choram às vezes quando te encontram com saudade, mas por muitos meses e muitos anos, eles simplesmente nem se quer te ligam?

Onde estão, aquelas pessoas que se dizem “amar” a natureza, mas todo santo dia, jogam alguma coisa no chão e nunca na vida fizeram algo tão simples como organizar seu lixo para reciclar?

Onde estão, aquelas pessoas que se dizem altamente equilibradas, maduras, centradas, pais de família, mas na verdade, com aqueles que estão ao seu lado, demonstram tamanha impulsividade e descontrole?

Onde estão, aquelas pessoas que se dizem religiosas, que vão a igrejas, centros e lugares sagrados, toda santa semana, mas nunca perdoam ou voltam a falar com alguém que um dia falaram ou fizeram o mal?

E onde estão, aqueles que te olham nos olhos e dizem, que você pode confiar, mas te apunhalam pelas costas achando que você não está percebendo?

É... palavras, só, palavras...

Rodrigo Bastos.

São Paulo, 23/05/2012 – 23:38hs